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01/04/2016

Morre Zaha Hadid, a primeira mulher a ganhar o Prêmio Pritzker de Arquitetura

Aos 65 anos, a arquiteta Zaha Hadid morreu na manhã desta quinta-feira (31) em Miami, nos Estados Unidos, após contrair uma bronquite no início da semana e sofrer um súbito ataque cardíaco enquanto estava sendo tratada no hospital. Primeira mulher a receber o Prêmio Pritzker de Arquitetura, em 2004, a iraquiana colecionou grandes obras e premiações pelo mundo.

Nascida em Bagdá em 1950, ela estudou matemática na Universidade Americana de Beirute antes de iniciar sua jornada de arquitetura em 1972 na Architectural Association em Londres. Em 1979, abriu o seu próprio escritório na capital britânica, o Zaha Hadid Architects, onde optou pelo uso de tecnologias inovadoras, muitas vezes resultando em formas arquitetônicas inesperadas e dinâmicas, em empreendimentos comerciais, residenciais e de infraestrutura.

Entre as obras, a Vitra Fire Station, em Weil am Rhein, na Alemanha (1994), o museu MAXXI, em Roma (1997), o Opera House de Guangzhou na China (2010) e o Centro Aquático de Londres para os Jogos Olímpicos de 2012 (2011). Em 2014, seu projeto para o Museu Aliyev Heydar, no Azerbaijão, foi o primeiro de arquitetura a receber o prêmio internacional de Design do Ano (Design of the Year Award 2014), promovido pelo Design Museum de Londres. Recentemente, a sua proposta para o Estádio Nacional do Japão foi descartada pelo seu custo alto.

Zaha também possui um projeto em execução no Brasil. Batizado de Residencial Casa Atlântica, o empreendimento residencial de luxo na Avenida Atlântica, no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, está sendo desenvolvido em parceria com o escritório carioca Insite Arquitetos.

Já em relação aos prêmios ganhou duas vezes o RIBA Stirling Prize, do Royal Institute of British Architects (RIBA), o Japan Praemium Imperiale em 2009 e se tornou, em 2016, a primeira mulher a receber a Medalha de Ouro (Royal Gold Medal), concedida anualmente pelo RIBA. Também foi premiada pela Ordem do Império Britânico pelos serviços realizados à arquitetura.

Em nota, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) lamentou a morte de Hadid. "Ela deixa não só um legado de obras ousadas em diversas partes do mundo, mas também uma lição de enfrentamento de desafios, crença na inovação permanente e defesa intransigente da autoria do projeto. Seu protagonismo mostra a força e a influência das mulheres na Arquitetura contemporânea", disse Haroldo Pinheiro, presidente do CAU/BR.

Fonte: au.pini