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24/09/2014

Escritórios na Europa combina o privado e o público, o vertical e o horizontal

Em 1990, em seu prefácio intitulado "Quantum Leap" para o trabalho de apresentação do projeto Euralille, Rem Koolhaas escreveu: "Em nosso mundo contemporâneo, os programas se tornam abstratos no sentido de que eles não estão mais vinculados a um lugar ou cidade específica. Eles flutuam e gravitam de modo oportunista em torno daqueles lugares que lhes fornecem o maior número de conexões."

Ao explicar o Projeto Lille-Europa, este texto nos permite compreender que a intervenção foi vinculada imediatamente à construção da Europa, mas também, e mais importante, à ideia de inserir esses lugares em uma rede de hiper-territórios conectados. O OMA integrou totalmente a ideia de que a escala de um bairro construído em torno de uma estação de trem pudesse ser aumentado e amplificado a ponto de soltar-se inteiramente de sua ligação formal com a cidade antiga.

É possível reafirmar a cidade através de um projeto arquitetônico? Esta pergunta ousada foi o ponto de partida para o layout do projeto.

O projeto criou um novo espaço urbano que combina o privado e o público, o vertical e o horizontal. A base do projeto prevê um espaço público para habitantes e funcionários dos escritórios que promove a interação social; ele funciona em escala humana. Devido a proibição da construção após os limites da parcela, uma espécie de pórtico proporciona uma sensação de porosidade e de proteção contra as intempéries. É um espaço ao ar livre bastante ativo, onde as pessoas que habitam e trabalham no edifício podem se misturar com os transeuntes e clientes das lojas.

Além disso, o projeto de escritório tem um programa muito flexível; a forma determina o uso, e não vice-versa. Cada nível é organizado em torno de um núcleo central que contém todos os espaços de serviços e circulações verticais. Os pavimentos de escritórios foram concebidos para permitir um layout racional e flexível para encorajar a divisão do andar em duas superfícies equivalentes.

Para completar o processo de inter-relação, as fachadas foram projetadas como uma série de janelas que oferecem um panorama de 360 graus da cidade, emoldurando vistas de partes mais novas da cidade, seus espaços verdes, bem como o centro antigo.

O fechamento do edifício foi concebido como uma forma de reinventar visualmente a cidade. As fachadas são caracterizadas por diferentes designs em resposta a sua orientação, a sua utilização, e os seus requisitos térmicos. Deste modo, em áreas que são predominantemente de vidro, algumas partes têm uma pele dupla, e são justapostas com diferentes formas de revestimento de cobre, mais ou menos porosos.

Veja mais imagens do projeto no link abaixo.

goo.gl/t280GZ

Fonte: Archdaily